terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Cargos Gerencias em 3D

Três Dimensões...
O mercado de trabalho, as organizações e o mundo de uma forma geral vivem em constantes e radicais mudanças e isso exige, a cada dia mais, que os líderes tenham capacidade de adaptação a diversos ambientes e situações. O nível de exigência por parte dos clientes, fornecedores, sociedade e demais stakeholders é a cada dia maior e mais intenso. O papel da liderança consiste em influenciar pessoa afim de que os mesmo alcancem suas metas propostas. 
A liderança pode ser definida como a capacidade de influenciar um grupo em direção ao alcance de objetivos. A origem dessa influência pode ser formal, como a conferida por um alto cargo na organização ou informal. A gestão contemporânea de pessoas inseridas em um contexto de mudanças requer características e habilidades específicas de liderança, pois o líder é o elo central que articula os processos.

Muitos estudiosos, teóricos e pesquisadores buscaram definir e detalhar o conteúdo dos cargos gerenciais ao longo da história, mas na contra-mão destes, Rosemary Stewart não procurou interpretar o conteúdo dos cargos gerenciais, mas sim, verificar como pode ser estudado os cargos gerências, ela não diz qual o trabalho dos gerentes, mas como se pode traduzi-lo.

Rosemary Stewart desenvolveu um esquema para ajudar a compreender a natureza genérica dos cargos gerenciais e as diferenças entre eles, e que pode ser usado para analisar um cargo em particular e a forma como um indivíduo o desempenha. Em seu esquema, os cargos gerenciais têm três dimensões:  

Detalhamento das três dimensões:

1) Exigências: são as tarefas que o ocupante de qualquer cargo gerencial deve necessariamente desempenhar, porque fazem parte intrínseca de sua natureza ou constam de sua descrição. Exemplos: atingir certos padrões de desempenho, manter certos contatos, participar de certos tipos de reuniões, ou cumprir determinadas obrigações burocráticas ou legais.

2) Restrições: são os fatores internos ou externos à organização, que limitam o que o ocupante do cargo pode fazer. Podem originar da legislação, da limitação de recursos, das instalações, do ritmo de trabalho de outras unidades, entre outros. Exemplos: pagamento de impostos, jornada de trabalho, falta de mão-de-obra qualificada em uma determinada região, período chuvoso e etc.

3) Escolhas: são as atividades que o ocupante do cargo pode realizar, mas não é obrigado a realizar. As escolhas relacionam-se tanto ao tipo de trabalho quanto à forma de desempenhá-lo. Escolhas, em resumo, são as decisões que o gerente toma. Exemplos: tarefas que o gerente pode delegar a subordinados, as habilidades que ele prefere aprimorar, forma ou meio selecionado para se obter resultados e etc.

A contribuição mais importante para a compreensão do papel dos gerentes no esquema desenvolvido pela professora Stewart é a noção de que os cargos diferem entre si pela sua natureza intrínseca e pelo fato de que, ao desempenhá-los, os ocupantes escolhem o que fazer e a maneira de fazer, isso que define o estilo gerencial.

Quem foi Rosemary Stewart?
Rosemary Stewart nasceu em Londres em 20 de dezembro de 1924 e estudou em Sussex/Ingraterra, embora tenha completado sua escolaridade no Canadá e, depois de um breve período como secretária, se formou em economia pela University of British Columbia, em Vancouver. Voltando à Inglaterra no final da guerra, estudou filosofia social na London School of Economics e concluiu um doutorado em estudos de gestão.

Em 1956, a Dra. Stewart tornou-se pesquisadora no Acton Society Trust - uma pequena organização independente especializada em problemas de grandes organizações e responsabilidade em indústrias recentemente nacionalizadas - onde ela mais tarde assumiu o cargo de diretora. Uma década mais tarde, ela se tornou uma das primeiras pessoas (no comportamento organizacional) no Centro de Oxford para Estudos de Gestão, e desempenhou um papel importante no desenvolvimento da disciplina dentro da universidade. Ela passou a ser tutora (1977-78) e, em seguida, decana (1983-85) e fundou o Oxford Health Care Management Institute em 1996 e obeteu o titulo de PhD na Suécia.

Rosemary Stewart foi uma pesquisadora comprometida até o fim de sua vida (faleceu em 15 junho de 2015), estudou principalmente o trabalho gerencial e o comportamento na area de serviço, indutria, comercio e saúde. Os frutos de suas pesquisas foram retratados em 17 livros, sendo os amis aclamados:  A Realidade das Organizações: Um Guia para Gerentes (1972), Choices for the Manager: Guia de Trabalho Gerencial e Comportamento (1982) e, mais famosa, The Reality of Management (terceira edição, 1997).
  
Referências:
REISZ, M. Rosemary Stewart, 1924-2015. Noruega: Times Higher Education, 2015. FERNANDES, A. Administração inteligente: novos caminhos para as organizações do século XXI. São Paulo: Futura, 2001.

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