A gestão de riscos ainda é muito pouco praticada no Brasil,
especialmente em pequenas e médias empresas. As organizações públicas também
não são bem classificadas quanto à maturidade da gestão e à prática da gestão
de riscos.

Sendo risco a probabilidade de alguma coisa acontecer, a
gestão de riscos é a forma encontrada de se conseguir avaliar impactos de ações
futuras em um determinado contexto. Ao indicar que risco é basicamente a chance
de alguma coisa acontecer, é preciso entender que essa ocorrência pode ser algo
bom ou ruim. Assim, um risco não é, necessariamente, algo negativo.
A gestão de riscos identifica dois tipos de ocorrências: as positivas e as negativas. Normalmente, a maioria das pessoas pensam imediatamente que o risco é negativo. Ele pode ser à medida que ameaça o atingimento de um objetivo. Ter, por exemplo, um equipamento colidindo com outro na área de produção gerando uma fatalidade na empresa é algo que poucos esperam, mas que se ocorrer, gera muito sofrimento, afeta negativamente a produção, a imagem da empresa, custos associados a processos judiciais e etc.
A gestão de riscos identifica dois tipos de ocorrências: as positivas e as negativas. Normalmente, a maioria das pessoas pensam imediatamente que o risco é negativo. Ele pode ser à medida que ameaça o atingimento de um objetivo. Ter, por exemplo, um equipamento colidindo com outro na área de produção gerando uma fatalidade na empresa é algo que poucos esperam, mas que se ocorrer, gera muito sofrimento, afeta negativamente a produção, a imagem da empresa, custos associados a processos judiciais e etc.
Existem diversas ferramentas, técnicas e metodologias para
gestão de riscos, aqui vamos centrar na apresentação da Análise de riscos através
da técnica bow tie. A análise bow tie é uma maneira esquemática simples de
descrever e analisar os caminhos de um risco desde as causas até as
consequências. Pode ser considerada uma combinação do raciocínio de árvore de
falhas, que analisa a causa de um evento, com árvore de eventos, que analisa as
consequências. Entretanto, o foco bow tie está nas barreiras entre as causas e
o risco, e o risco e as consequências. Diagramas de bow tie podem ser
construídos a partir das árvores de falhas e eventos, porém são mais
frequentemente desenhados diretamente a partir de uma sessão de brainstorming.
Através da representação do diagrama bow tie é possível
obter uma visão geral clarificada dos cenários de possíveis perdas, assim como
a identificação de causa e efeito, tendo como ponto central o acontecimento
crítico. A analise do bow tie é prevista na NBR ISO 31010 que funciona como uma
complementação à NBR ISO 31000 (norma de gestão de riscos), esta norma
apresenta as orientações para a aplicação da técnica.
1. Dados da Comissão de Analise
A análise de riscos é processo
que exige multidisciplinaridade, uma equipe mista é requerida, quanto mais
diversificada for a equipe técnica de análise, melhor será o resultado final,
nesta etapa deve se registrar todos os participantes e suas áreas de atuação.
Ex: João da Silva - Operação Turno A, Paulo Silva - Manutenção Estrutural, Hugo
Sousa - Engenharia, Paula Andrade - Segurança do Trabalho, Fabiano Santiago - Meio
Ambiente e etc. Assim, a equipe multidisciplinar fortalece a máxima imposta por
Mauro Mesquita que diz: “Sozinhos somos
bons, mas juntos somos imbatíveis”.
2. Dados do Cenário de Risco
Nesta etapa
deve se registrar os dados organizacionais, nome da empresa, reconhecimento do
local onde é considerado o endereço do risco
(local ou área da empresa onde existe o risco na execução das atividades nos
processos organizacionais), situação de risco a ser analisado e quantidade
empregados expostos ao risco.
3. Classificação do Risco
Agora é hora de avaliar e classificar o nível de risco, para esta etapa existem
diversas ferramentas e metodologias para avaliação de riscos, sendo a matriz de
risco a mais conhecida delas. Através de uma matriz de risco é possível efetuar
uma avaliação de risco qualitativa, estabelecendo a ligação entre PROBABILIDADE
(alguns autores denominam também de Frequência ou Exposição) e CONSEQUÊNCIA (também especificado por alguns
autores de Severidade ou Magnitude da Perda). A matriz pode ser utilizada em
diversas avaliações, como por exemplo: danos pessoais, ambientais ou
propriedade/instalações; para isso é necessário estabelecer critérios adequados
a cada disciplina avaliada. A NBR ISO 31010 apresenta detalhadamente a matriz
de riscos e seus conceitos. O produto final desta etapa é estabelecer o nível
de Risco Atual (como está hoje) que é o risco presente na organização no
momento e o Risco Futuro (após a implementação do plano de ação) que é o risco
projetado para a organização após a execução de todas as ações previstas no
plano de ação estabelecido para gestão de riscos.
4. Dados da Análise de Risco na Técnica
Bow Tie
O Diagrama Bow Tie apresenta os principais caminhos de risco e as barreiras existentes para evitar ou atenuar as consequências indesejadas ou estimular e promover as consequências desejadas. O diagrama é composto por um formato que lembra a gravata borboleta, pois é dividido em três partes: lado direito, centro e lado esquerdo.
· - Lado
Esquerdo: fica centrado os controles de prevenção, os controles preventivos
reduzem a probabilidade de ocorrência do evento e tratam as causas que conduzem
a um acidente. Exemplo: operador não
possui treinamento especifico do equipamento, está inabilidade do operador pode
causa (fator de risco) de um acidente na operação, logo um controle preventivo de
capacitar e garantir atualizada a matriz de treinamento dos empregados é requerida
como medida de prevenção. Racional:
reduzir a frequência de ocorrências.
- Centro: situado
no centro do diagrama fica o apontado a descrição do evento que pode ser
desencadeado pelo risco analisado. Exemplo:
Colisão de equipamentos. Racional: evento
indesejado
- Lado Direito: fica listado
os controles de mitigação, os controles mitigantes atenuam a consequência dos
impactos derivados do evento. Exemplo:
ocorrendo a colisão de equipamentos um dos impactos possíveis é o de lesão ou
fatalidade, logo é necessário estabelecer um Plano de Atendimento Emergência
(PAE) que defina todos os recursos e fluxos necessários afim de atenuar lesões e
definir critérios de atendimento caso o cenário de risco se materialize. Racional: reduzir a severidade dos
impactos.
5. Plano de Ação de Riscos
Nesta etapa é elaborado o plano de ação que é uma metodologia
utilizada para identificar, organizar e controlar as ações necessárias para o
atingimento de um ou mais objetivos pretendidos. Refere-se ao planejamento
detalhado e metódico das ações necessárias para:
- Ação
corretiva: visa garantir eficiência de um controle existente, seja ele preventivo
ou mitigatório que não está entregando o que foi planejado. Exemplo: Tem equipe de brigada estabelecida
na empresa, porém foi observado pela comissão de análise de riscos que no turno
A não tem brigadista, observado a necessidade de definir ações para capacitar
mais brigadistas afim de garantir representatividade da Brigada em todos os
turnos de trabalho (ação corretiva sobre controle mitigatório).
- Novo controle: visa implementar ações no plano para a
inclusão de um novo controle preventivo ou mitigatório no sistema de gestão. Exemplo: Existem diversos controles
para o risco de colisão de equipamentos na empresa, porém foi observado pela
comissão de análise de riscos a necessidade de implementar um sistema de anticolisão
a base de GPS para conferir maior proteção nas operações e diminuir o nível de
risco. (novo controle preventivo).
6. Observações Relevantes da Análise de Risco
Durante as análises de risco com as equipes multidisciplinares muitos
dados e informações são geradas, comentadas e pensadas, o que constituem um
rico acervo técnico que podem servir de subsídio em outras analises de risco, ou
ainda, como memorial descritivo para as tomadas de decisões. Este campo tem a pretensão
de servir de “estacionamento” para estas informações relevantes que surgem no
processo de análise.
Baixe aqui o um modelo de Analise Bow Tie grátis
Referências bibliográfica:
ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas]. NBR ISO/IEC
31.010. Gestão de riscos - técnicas para o processo de avaliação de riscos. Rio
de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2012.
ARRUDA, F. A. da S. Triangulação em
Saúde e Segurança no Trabalho: gestão, engenharia e comportamento. São Luis:
Editora Pascal, 2019.