sábado, 31 de março de 2012

Arrogância: doença na trajetória profissional

A arrogância tem destruído muitos relacionamentos, amizades, negócios, casamentos e impossibilitado muitos profissionais de terem êxito em suas carreiras. Esta mazela vem sendo espalhada em meio à humanidade desde o início do mundo, quando olhamos na história, vemos que ao longo das épocas vários lideres e pessoas tiveram seus nomes marcados pela forma arrogante de proceder. A bíblia, sobretudo o velho testamento, relata várias passagens que demonstram essa característica do humano.
Mas afinal o que é arrogância?
Arrogância é o conjunto de pensamentos e atitudes que caracterizam a falta de humildade. É comum conotar às pessoas que apresentam essa características algumas posturas, como não desejar ouvir os demais, não se permitir aprender algo novo e se sentir superior  em relação ao seu próximo. São sinônimos de arrogância: o orgulho excessivo, a soberba, a altivez, o excesso de vaidade.
Arrogar vem do latim arrogare que significa tomar como próprio, apropriar-se, tomar como seu, atribuir a si.
Contrariando o que muitos acreditam a arrogância não acomete somente pessoas de maior poder aquisitivo (ricos) ou dotados de grande inteligência (conhecimento), ela pode acometer pessoas de qualquer classe econômica ou so­cial, pode ser encontrada entre ricos e pobres, pessoas cultas e ignorantes, homens e mulheres em qualquer faixa etária ou etnia.
Perfil do arrogante

É muito 
fácil identificar as características da arrogância. Será apresentada a seguir uma pequena lista das principais atitudes e comportamentos apresentados por pessoas consideradas arrogantes.
  1. Tem sempre uma desculpa para o seu insucesso;
  2. Tenta enganar os companheiros para “sair por cima”;
  3. Nunca reconhece o erro, sempre tenta por culpa em alguém;
  4. Causa intriga na equipe e tem sempre uma teoria de conspiração;
  5. Acha que sabe tudo;
  6. Acha-se melhor que todos na equipe;
  7. Gosta de “passar por cima” de todos;
  8. Gosta de aparecer, necessidade de esta na frente;
  9. Entra em conflito com facilidade, é antipatizado por muitos;
  10. É movido pelo reconhecimento, tendo necessidade de receber elogios o tempo todo;
  11. Tem a solução para todos os problemas (dos outros, é claro), porque os dele estão todos “resolvidos”;
  12. No fundo é inseguro, mas não gosta de demostrar.
“A arrogância é uma característica que, durante algum tempo, pode ser confundida com determinação. Com o passar do tempo, transforma-se em algo demasiado abrasivo para ser tolerado.” (João Cândido da Silva)

Vírus da arrogância
O vírus da arrogância tem um poder tão grande sobre os profissionais que chega provocar “cegueira e surdez”. A “cegueira” de não querer ver que ele é um ser humano falível e limitado como outro qualquer e a “surdez” de não querer escutar o que os outros dizem, por achar que já sabe tudo, ou ainda, por julgar ser superior à pessoa que esta falando. Sabendo destes sintomas, é fácil concluir que muitos desastres empresariais, ineficácia na gestão e a destruição de profissionais com trajetórias de sucesso, realmente ocorreram porque a arrogância impediu o profissional de aprender, de ouvir, de interagir e consequentemente de se modificar e evoluir.
Existe remédio para este vírus?
Existe sim, mas não é só um comprimido, trata-se de um verdadeiro coquetel, e o tempo de tratamento é longo. Estamos falando aqui da implementação de um processo estruturado e consciente que envolve mudanças de atitudes e comportamentos para adquirir uma nova competência, a HUMILDADE. Toda mudança é difícil, pois nos tira da zona de conforto (comportamento habitual) e nos faz abrir para novas perspectivas. Isso geralmente traz muito medo para quem esta embarcando neste novo viés.
Perspectiva da mudança: Arrogância X Humildade
Segundo Paulo Gaudêncio, psiquiatra organizacional, a mudança é um procedimento neurológico e, para enfrentar o medo, temos que cortar a ponte com o passado. No caso da arrogância, é essencial aprendermos a detectar a sua presença e a lidar com ela.
Na parábola do trigo e do joio (Mateus 13:24-30), um homem plantou sementes no seu campo mas o inimigo plantou joio no mesmo campo. Uma vez que o trigo e o joio começaram a crescer juntos, os servos sugeriram que arrancassem o joio. O dono da casa não os deixou tirar o joio. Ele deixou o joio crescer junto com o trigo até a colheita, quando o trigo foi recolhido e o joio foi queimado.
O mesmo vale para a arrogância (joio), pois ela tem no sentido inverso a humildade (trigo). Sendo assim, a melhor maneira de reconhecer a arrogância é compreendendo a natureza da verdadei­ra humildade. Ao nos familiarizarmos com suas características, podemos identificar a sua ausência instantaneamente, o que significa dizer que estão sendo praticados atos e pensamentos arrogantes. Após essa identificação, o próximo passo é trabalhar conscientemente para reverter o comportamento inadequado.
Outro propulsor de mudança é o feedback, que é o processo de fornecer dados a uma pessoa ou grupo ajudando-o a melhorar seu desempenho no sentido de atingir seus objetivos e metas com base na veracidade observada ou vivenciada. Neste contexto, solicitar feedback sobre seu desempenho e comportamento para pessoas que você admira e confia é uma atitude de coragem, porém isso por si só, não provoca mudança. O que realmente impulsiona mudança é receber o feedback por uma perspectiva positiva, processar e daí por diante, mover ações no sentido de reverter as oportunidades de melhorias apontadas. Primariamente, tudo o que for feito, investido e plantado, exigirá um esforço adicional, mas o resultado virá, com certeza virá no médio e longo prazo.
Esse é o coquetel armado para combater a arrogância em nossas vidas, e é necessário tomá-lo com frequência. O ciclo de reconhecer, mudar e aferir o resultado inicia agora, após ler este texto você já tem informação, colocá-la em prática ou ignorá-la só depende de você.
“Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem; face ao que não sabem, são arrogantes”. (Johann Goethe).


Autor: Fabio Arruda 
fabio.arruda.mg@hotmail.com
Este texto publicado também no site Administradores.com, para acesso nesta versão clique aqui

segunda-feira, 26 de março de 2012

Hábitos dos profissionais de alta performance


Hábitos são comportamentos que determinada pessoa aprende e repete frequentemente, sem pensar como deve executá-lo. Uso, costume, maneira de viver, modo constante de comportar-se, de agir e de ver o mundo.
Muitas ações da vida cotidiana constituem hábitos. Imagine como seria difícil para uma pessoa executar uma simples atividade como caminhar ou descer uma escada se tivesse que pensar em cada um dos atos necessários a dar cada passo.
O hábito difere do instinto, que é um comportamento inato, não aprendido. São sinônimos de hábitos as palavras: aspecto, costume, fácies, habitude, praxe, rotina, usança, uso, vestes, vestimenta e vezo.
Hábitos são comportamentos e atitudes que podem ser adquiridos e ou desenvolvidos, listamos abaixo alguns deles que aliados ao desenvolvimento das 7 competências fundamentais para o sucesso (vamos conhecer no detalhe estas competências no próximo texto) são vitais para o êxito na vida profissional. Tome nota!

1. Crie o hábito de pensar.
Procure dedicar alguns minutos do seu tempo, diariamente, para pensar e refletir sobre você mesmo, sua carreira, a empresa em que trabalha, e/ou lugar onde estuda e suas relações com as pessoas que o cercam e com o planeta.


2. Crie o hábito de anotar.
Procure anotar tudo aquilo em que pensar, mesmo que seja algo improvável ou que você considere insignificante.

3. Trace os seus objetivos.
Faça uma lista dos seus objetivos e do que é necessário fazer ou ter para alcançá-los. Organize-se e planeje-se, assim tudo fica mais fácil e lógico.

4. Não desperdice as oportunidades.
Muitas oportunidades estão soltas por aí para o primeiro que pegar. Fique atento e aberto às oportunidades que aparecerem pela frente e tenha calma para selecioná-las.

5. Fique atento às informações.
Preste atenção ao seu redor. Aprenda a observar, perguntar e ouvir. Mantenha sua rede de contatos sempre atual, sempre funcionando. Hoje, os contatos são tão importantes quanto a carteira de clientes.

6. Crie o hábito de ter idéias.
Procure pensar em soluções completamente diferentes para os problemas e dúvidas que você tiver. Para ter uma idéia é necessário colher informações e dados a respeito do problema ou da dificuldade e anotar, sempre, as soluções que forem surgindo. Fale com você mesmo sobre a idéia, o seu subconsciente pode encontrar soluções inimagináveis e eficazes.

7. Cuide da energia.
Não há como utilizar seu potencial se você for uma pessoa pessimista, desorganizada, estressada, que não pratica nenhuma atividade física e que não tem uma boa alimentação. Cuide do seu corpo e da sua mente. Assim você terá muito mais disposição para dar o melhor de si.

8. Aprenda sempre.
Você tem a chance de aprender coisas novas diariamente. Aproveite, pergunte, fique perto das pessoas que você perceber que podem ter coisas a ensinar. Não desperdice nenhuma oportunidade para estudar, ler novos livros e fazer cursos e treinamentos.

9. Faça multiplicadores.
Compartilhe o seu conhecimento, ensine que compartilhar é tornar possível o sucesso de todos. Não entre em competições. Todos têm seu espaço para conquistar. Conquiste o seu e reconheça o do próximo.

10. Seja ético.
Faça elogios, aja com honestidade, transparência e lisura. Assim não há como o resultado ser negativo.

“Se carregar um punhado de terra todos os dias, logo terá uma montanha(Sêneca)

sábado, 24 de março de 2012

Os dez mandamentos da demissão


Num mundo ideal, todos viveriam felizes no trabalho o gestor nunca teria de demitir ninguém. Mas como a realidade é bem diferente disso é preciso demitir pessoas e isso nunca será uma tarefa fácil para o gestor. Evitar erros na hora da demissão significa garantir que o fim de um problema não signifique o começo de uma porção de outros.

1. Não demitirás a pessoa, e sim o desempenho que ela vem obtendo. Ao demitir alguém, mantenha o foco no trabalho, na performance e nos resultados, e não na pessoa. Ela deve ser demitida pelo que faz, não pelo que é.

2. Não farás de conta que a demissão é algo diferente de uma demissão. Você pode e deve oferecer ao demitido todos os paliativos materiais possíveis, mas não tente dizer que a demissão “não é tão ruim assim”. Admita, honestamente que sua decisão causará dor e angústia.

3. Não permitirás que na conversa na qual a pessoa é demitida seja a primeira vez em que ela ouve que o trabalho dela é ruim. Gerenciar pessoas exige acompanhar seu desempenho com atenção, fazendo críticas e apontando erros sempre que necessário. Seja realista na avaliação de seus subordinados o tempo todo – e não apenas no momento de demitir um deles.

4. Deverás manter boa documentação sobre o desempenho do demitido. Na hora da demissão, nada como ter fatos concretos, claros e bem documentados sobre a performance do demitido, para explicar a ele os motivos objetivos da decisão.

5. Não demitirás numa sexta-feira. Ou às vésperas de datas comemorativas/especiais como: Natal, Dia dos Pais, Dia das Mães ou no dia em que a pessoa vai sair de férias.

6. Farás com que a conversa de demissão seja rápida. É inútil prolongar, com rodeios e explicações complicadas, um momento difícil. Permita que o funcionário demitido comece a lidar com sua nova realidade o mais cedo possível.

7. Não demitirás uma pessoa porque gostas mais de outra. Quem não conhece chefes que na hora de demitir fazem um acerto de contas pessoal? Vença esta tentação.

8. Não usarás boatos ou rumores como prova contra o demitido. É comum pessoas serem demitidas porque há um “consenso negativo” contra elas na equipe. Utilize sua própria cabeça para demitir – e não o falatório que você ouve.

9. Não disfarçarás uma demissão. Não mude o foco da demissão, indicando ser fruto de downsizing, reengenharia, novos planos, etc. Muitos gerentes utilizam esse tipo de truque para fugir da responsabilidade pessoal que têm na demissão. Diga sinceramente à pessoa os reais motivos da decisão – só assim ela terá alguma chance de corrigir seus erros e falhas profissionais.

10. Antes de demitir alguém, perguntarás a ti próprio: eu poderia ter feito alguma coisa para evitar isso? Muitas vezes a demissão representa uma falha não do funcionário, e sim do gestor. Gaste algum tempo refletindo honestamente sobre isso antes de iniciar o processo de desligamento de um colaborador.

Este texto foi escrito com base num texto da Harvard Management Communication Letter, onde foram traçados os dez mandamentos que garantem a efetividade deste processo.